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No artigo anterior, falamos sobre a importância dos protocolos de higienização e as medidas que devem ser adotadas nesses procedimentos. No artigo de hoje, vamos nos aprofundar um pouco mais no assunto de biossegurança e a importância do controle da segurança biológica.

O conceito de biossegurança começou a ser mais fortemente construído no início da década de 1970, após o surgimento da engenharia genética. Desde então, procedimentos e protocolos vêm sendo elaborados para garantir o controle e a segurança no contato com agentes biológicos. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária  (ANVISA) , Biossegurança é um "conjunto de medidas e procedimentos técnicos necessários para a manipulação de agentes e materiais biológicos, capaz de prevenir, reduzir, controlar ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e vegetal, bem como o meio ambiente."

Os agentes biológicos que afetam o homem, os animais e as plantas foram classificados pelo Ministério da Saúde por meio da Comissão de Biossegurança em Saúde (CBS). Os critérios de classificação têm como base diversos aspectos, tais como: virulência, modo de transmissão, estabilidade do agente, concentração e volume, origem do material potencialmente infeccioso, disponibilidade de medidas profiláticas eficazes, disponibilidade de tratamento eficaz, dose infectante, tipo de ensaio e fatores referentes ao trabalhador. Os agentes biológicos foram classificados em classes de 1 a 4, incluindo também a classe de risco especial. Para cada classe de risco, existe o nível de biossegurança adequado. Tais níveis estão relacionados aos requisitos crescentes de segurança para o manuseio dos agentes biológicos, terminando no maior grau de contenção e de complexidade do nível de proteção.

Classe de risco 1 - Nível de Biossegurança 1

Agentes biológicos que oferecem baixo risco individual e para a coletividade. Exemplo: bactéria Lactobacillus.

 

Classe de risco 2 - Nível de Biossegurança 2

Agentes biológicos que oferecem moderado risco individual e limitado risco para a comunidade, que provocam infecções no homem ou nos animais, cujo potencial de propagação na comunidade e de disseminação no meio ambiente seja limitado, e para os quais existem medidas terapêuticas e profiláticas eficazes. Exemplo: dengue e vírus da febre amarela.

 

Classe de risco 3 - Nível de Biossegurança 3

Agentes biológicos que oferecem alto risco individual e moderado risco para a comunidade, que possuem capacidade de transmissão por via respiratória e que causam patologias humanas ou animais, potencialmente letais, para as quais existem usualmente medidas de tratamento e/ou de prevenção. Exemplo: vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e Mycobacterium tuberculosis.

 

Classe de risco 4 - Nível de Biossegurança 4

Agentes biológicos que oferecem alto risco individual e para a comunidade, com grande poder de transmissibilidade por via respiratória ou de transmissão desconhecida. Até o momento não há medida profilática ou terapêutica eficaz contra infecções causadas por estes. Causam doenças humanas e animais de alta gravidade, com alta capacidade de disseminação na comunidade e no meio ambiente. Exemplo: Vírus Ebola.

 

Classe de risco especial  

Agentes biológicos causadores de doença animal grave que não existem no país e apesar de, não serem obrigatoriamente, patógenos de importância para o homem podem gerar graves perdas econômicas e/ou na produção de alimentos.

 

De acordo com o manual de capacitação em boas práticas de inspeção e sistema de gestão de qualidade da ANVISA , existem protocolos e regras a serem seguidas, orientadas à prevenção de qualquer tipo de contaminação que possa vir a gerar algum risco aos profissionais, à população e ao meio ambiente. É necessário que todo laboratório forneça barreiras de contenção e um programa de segurança cujo objetivo seja à proteção dos profissionais de laboratório e profissionais que atuem na área, bem como a proteção do meio ambiente, eficiência das operações laboratoriais e garantia do controle de qualidade do trabalho executado.

Regras e práticas de biossegurança e higiene devem ser definidas pelos estabelecimentos de STC em conformidade com as legislações vigentes e devem atender as necessidades e especificidades de cada setor. O manual deve ser elaborado por pessoa qualificada e de preferência acompanhado pelo profissional responsável pelo manuseio dos produtos de STC. É de extrema necessidade o uso de equipamentos de proteção individual (EPI's) e os equipamentos de proteção coletiva (EPC's), afim de minimizar a exposição aos riscos ocupacionais e evitar possíveis acidentes no laboratório.

É indispensável relacionar o risco de acidentes às boas práticas cotidianas dentro de um laboratório. Não basta haver sistemas modernos de esterilização do ar ou câmaras de desinfecção das roupas de segurança, por exemplo, se o profissional não lavar suas mãos com a frequência adequada ou o lixo for descartado de maneira errada.